Resenha de O Colecionador de Ossos, de Jeffery Deaver

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Não contamine esta cena de crime, pois pode ser algo digno de prisão perpétua. Se você se satisfez com o filme de Denzel Washington e Angelina Jolie. Este excelente livro de suspense policial mostra como a luta pela vida não vem necessariamente da maneira tradicional e, acima disto. Com escrita contagiante e um dos finais mais surpreendentes do gênero.


Editora: Edições Best Bolso O Colecionador de Ossos, de Jeffery Deaver
Páginas: 639
Ano de publicação original: 1997

Sinopse:

Lincoln Rhyme é um criminologista brilhante, um gênio da investigação médica forense. Mas sua carreira é brutalmente interrompida por um acidente que o deixa tetraplégico, preso a uma cama. Seu isolamento do mundo termina quando um assassino começa a espalhar vítimas mutiladas pela cidade de Nova York: Rhyme é o único que pode detê-lo. Com a ajuda da bela detetive Amelia Sachs, eles tentam desvendar o labirinto de pistas para evitar o próximo crime hediondo do Colecionador de Ossos. Uma dupla que se completa e brilha neste thriller inteligente e empolgante que foi levado às telas em 1999 sob a direção de Phillip Noyce, num filme estrelado por Denzel Washington e Angelina Jolie.


Lincoln Rhyme quer morrer. Ele não é um suicida deliberado ou um personagem que sofre com depressão. O ex-detetive sofreu um grave acidente em uma investigação e ficou praticamente paraplégico. Apenas o movimento do dedo anelar esquerdo e do pescoço para cima foram livrados do malefício e, por não poder fazer o que ama da maneira que gostaria, além de seu gênio forte, ele busca a eutanásia. Porém, a situação não se mostra de fácil resolução, pois, nem todos os médicos são a favor do método.

Tudo muda quando Amelia Sachs para um trem e uma avenida às vésperas de um grandioso evento das nações unidas em New York para que não fosse contaminada uma cena de crime. A polícia praticamente implora pela expertise de Rhyme em investigação de cenas do tipo e, o agora hesitante suicida, quer Amelia na equipe, contando que gostou de sua atitude. Mas a patrulheira não gosta da dinâmica, como entende nada de ciência forense e não curte o mal humor de Lincoln.

Em meio a estas coisas, está o complicado Colecionador de Ossos. O vilão da trama tem os seus problemas psicológicos e quer expor suas ideias, medos e desejos nas cenas dos crimes.

Além de, claro, brincar de gato e rato com a polícia. O paraplégico Lincoln começa a se irritar consigo mesmo, por estar sendo útil para a sociedade, apesar de sua situação, complicando seus argumentos para seu almejado fim. Amelia Sachs está recebendo um curso intensivo de análise de cena de crime, coisas que é obrigada a ver e fazer, a fazem entrar cada vez mais em conflito com o estrelado e acamado detetive.

Jeffery Deaver não poupa detalhes sobre as psiques dos personagens principais. Eles são complexos, parecem não ter para onde ir, mas sabem muito bem de onde eles estão vindo. Os passados os atormentam e moldam em suas atitudes presentes e futuras. O vilão possui truques que causam reviravoltas à trama, envolvendo o leitor. A escrita de Deaver tem uma fórmula que te faz também pegar uma caderneta e anotar pistas, fazendo-o mirar em possíveis suspeitos, se lembrando de que o assassino sempre está a espreita, desde o começo da história. Sempre.

Caíque Apolinário
Caíque Apolináriohttp://bookstimebrasil.com.br
(elu/delu - ele/dele) Escritor de quatro livros de ficção cientifica e host de alguns podcasts do portal. Viciado em café, multi tarefas e o suporte de toda a equipe.

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