Mais uma obra do autor de “Clube da Luta” que chega para chocar. Traz uma realidade onde uma empresa leva uma sociedade às ruína, dominando um mercado que é menosprezado ou alvo de gozações (ui!): O mercado pornográfico.
Editora: Leya
Páginas: 224
Ano de publicação original: 2015
Sinopse:
O mesmo autor de Clube da Luta apresenta um retrato afiado do feminismo, do prazer sexual e do apocalipse do marketing em uma nova narrativa sobre as psiques desconjuntadas de homens e mulheres contemporâneos. Penny Harrigan é uma jovem recém-formada em Direito que trabalha no maior escritório de advocacia de Manhattan. Vinda do meio-oeste, ela mora em um apartamentinho no Queens com duas colegas e há tempos não tem nem sinal de vida amorosa. Por isso, imagine o choque que leva quando C. Linus Maxwell – ou “ClíMax”, o megabilionário famoso por casos com as mulheres mais lindas e cobiçadas do planeta – a convida para jantar? Pois ele não só a leva ao restaurante mais badalado de Nova York, como também a uma cobertura em Paris onde, caderneta à mão, começa a conduzi-la por dias e dias de ápices insonháveis de prazer orgásmico. Vai reclamar? Sim: Penny descobre que é a cobaia na etapa final de pesquisa e desenvolvimento da Beautiful You, uma linha de apetrechos sexuais que serão vendidos às mulheres do mundo todo numa cadeia multinacional de lojas. Milhões de mulheres fazem fila para abastecer-se do catálogo de aparelhinhos, tão potentes e eficazes que, por todo o globo, elas chegam em casa, trancam-se no quarto e não saem mais – a não ser quando precisam de pilhas. Alguém precisa deter o plano de Maxwell de dominar o mundo usando o prazer erótico. Mas como?
Em “Clímax”, Palahniuk nos traz a história de Penny Harrigan, uma jovem mulher que trabalha em grande escritório de advocacia. De repente, aparece em sua vida medíocre o enigmático e bilionário C. Linus Maxwell – ou “ClíMax”, qual pode ter ( e já teve) as mulheres mais cobiçadas do planeta. Sejam elas famosas – ou não. E ele escolhe como próxima parceira justo ela, Penny, que não sabe o que esperar de um ser tão misterioso. Tudo pronto para um romance erótico com diversos tons de alguma cor, mas não é o que ocorre.
O que temos neste livro é algo mais bizarro e impactante. Há o sexo marcante e supostamente espetacular, mas ele é feito com outros fins. O metódico C. Linus Maxwell simplesmente estuda todas as reações de Penny durante seus relacionamentos sexuais, perscrutando cada respiro, gemido, movimento ou, pensamento e sensação. Tudo para o desenvolvimento de algo macabro, um produto que irá dar prazer supremo, fazendo as mulheres de todo o planeta se renderem, ajoelharem-se, idolatrarem, tal apetrecho de satisfação sexual.
Esta descoberta tem implicações na saúde de cada mulher, nas interações entre os gêneros, a economia fica abalada e tudo vai ao caos com o consumismo sem freios dos produtos sexuais. Cabe a Penny, a única mulher do mundo que sabe da verdade, buscar acabar com este monopólio e mostrar um outro caminho para as mulheres. Para isso, ela tem que ir até às origens do tal bizarro e estranho estudo de ClíMax…
A temática ousada que Chuck Palahniuk traz é bem trabalhada na maior parte do livro, com sua escrita dinâmica e super-realista, as ações, diálogos e motivações são bem descritas e encaixadas. Entretanto, isto não se sustém até o final do livro, com uma queda brusca de qualidade em nome de situações e motivações bizarras.
O que por si só não seria problemático, desde que isso fosse o objetivo desde o começo, em satirizar o mercado e as pessoas. Entretanto, o que é abordado em 60% do livro é uma crítica parecida com o que vemos em Clube da Luta, com reflexões acertadas sobre a sociedade, mercado, relacionamentos interpessoais e questionamentos sobre a própria sanidade.
Clímax é um livro que vale a leitura, pois te fará pensar sobre um aspecto da realidade pouco falado com seriedade e profundidade. Ou cai em um conservadorismo exagerado ou na libertinagem. Uma análise fria e construtiva nesta ficção é muito bem vinda, apesar de sua qualidade cair em sua conclusão, sendo um final banhado em clichês e comodismos.