Resenha de Count Zero, de William Gibson

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Conecte seu deck na matrix e vamos explorar novamente o mundo de Sprawl! William Gibson tem muito mais a dizer aqui com uma nova abordagem de narrativa e mostrando o quanto essa sociedade cyberpunk evoluiu desde o primeiro livro, Neuromancer.


Editora Aleph Resenha de Count Zero, de William Gibson312 páginas

Sinopse:

Algo estranho acontece no ciberespaço. Sete anos após os eventos narrados em Neuromancer, a matrix se estende sobre a Terra, envolvendo pessoas, empresas e informações. Sem qualquer controle, inúmeras Inteligências Artificiais se proliferam e se tornam sencientes, transformando-se em deuses vodus. Eles interagem com a humanidade e ameaçam a segurança de indivíduos e de grandes corporações. Nesse cenário frenético e superconectado, uma guerra está prestes a começar. Count Zero é o segundo volume da Trilogia do Sprawl.


Desta vez temos três personagens protagonistas, que parecem bem distantes um dos outros. Temos o protagonista de maior enfoque, o Bobby, conhecido pelo nick Count Zero. Ele é um hacker iniciante e bem ordinário, o qual está sendo contratado para invadir uma grande rede de banco de dados, porém, quase é morto pela defesa inteligente daquele espaço e sua vida tem uma guinada a partir deste ponto.

Turner é um mercenário com histórico traumático, estava tentando curtir um período de férias, mas é chamado para a ação por um velho conhecido e o que ele tem que fazer não é totalmente claro. E finalmente, temos a pesquisadora Marly, que recebe uma proposta de emprego dos sonhos para tentar encontrar o designer de enigmáticas caixas que estão aparecendo no mercado negro.

O começo do livro pode parecer arrastado e maçante, há conceitos sendo explicados de forma metafórica que por vezes te dá uma sensação de não pertencer àquele universo. Entretanto, o autor vai tecendo tramas que parecem muito distantes, e que vão encurtando até tudo se colidir em uma frenética narrativa, fazendo o final ser sensacional (apesar de não possuir as ideias super criativas e insanas presentes em Neuromancer).

Resenha de Count Zero, de William Gibson

Doravante, as incursões na matrix (a super internet deste universo) e o conceito de inteligências artificiais tão poderosas que para algumas pessoas, já são tratadas como deuses, nos alerta para muitas coisas que podem acontecer no futuro. A quebra de barreiras que aconteceu no primeiro livro desencadeou situações extremamente poderosas, perigosas e ilimitadas. O conceito de internet das coisas (internet em geladeira, máquinas de lavar, e etc) tem tido um crescimento exponencial em nosso mundo e os perigos de uma inteligência artificial consciente e descontrolada, ou até mesmo de hackers mal-intencionados, fazerem a “festa” em casas e corporações alheias são cada vez mais reais.

Então, analisando friamente este cenário… Um mundo cyberpunk não está longe de nossos dias, afinal…

Caíque Apolinário
Caíque Apolináriohttp://bookstimebrasil.com.br
(elu/delu - ele/dele) Escritor de quatro livros de ficção cientifica e host de alguns podcasts do portal. Viciado em café, multi tarefas e o suporte de toda a equipe.

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