Crítica de “Eco” (2024)

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Eco é uma série que conta a história de Maya Lopez, uma jovem surda que trabalha como braço direito do Rei do Crime, Wilson Fisk, em Nova York. Após descobrir que foi enganada pelo vilão, ela decide se rebelar contra ele – ainda na série Gavião Arqueiro – e voltar para sua terra natal, no Oklahoma, onde precisa enfrentar seu passado e sua família. A série é baseada na personagem de mesmo nome dos quadrinhos da Marvel, que tem profunda relação com o universo de Demolidor.

A série faz parte do projeto Marvel Spotlight, um novo selo da Marvel Studios que visa trazer histórias mais realistas e focadas em personagens, sem depender tanto da continuidade do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). O selo é inspirado na série de quadrinhos antológica Spotlight, que lançou personagens como Motoqueiro Fantasma e Mulher-Aranha. O objetivo é explorar temas mais urbanos e sociais, como violência, corrupção, identidade e cultura.

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Um dos aspectos mais interessantes da série é a introdução de uma narrativa baseada na cultura nativo-americana, especificamente na tribo Choctaw, da qual Maya é descendente. A série mostra a riqueza e a diversidade dessa cultura, que é pouco representada na mídia, e como ela influencia a personalidade e as escolhas de Maya. A série também conta com a participação de atores e consultores nativo-americanos, que garantem a autenticidade e o respeito à cultura retratada. O filme traz muito bem o tema da ancestralidade que guia a ascensão de Maya.

A série também se destaca pelas boas cenas de ação, que misturam artes marciais, tiroteios e perseguições. As coreografias são bem executadas e as cenas são bem filmadas, sem excesso de cortes ou efeitos. A protagonista, Alaqua Cox, que é surda na vida real, mostra muito talento e carisma, além de realizar suas próprias cenas de ação. Ela é acompanhada por um ator excelente que é Vincent D’Onofrio como o Rei do Crime, que nasceu pra ser o grande vilão.

A trama da série é concisa e sem enrolação, com apenas cinco episódios de cerca de 40 minutos cada. A história é bem construída e mantém o interesse do espectador, sem deixar muitas pontas soltas ou furos. A série também faz algumas referências e conexões com o MCU, mas sem comprometer a independência da narrativa. A série tem um tom mais sombrio e adulto do que outras produções da Marvel, mas sem perder o humor e o charme característicos da franquia.

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A série merece elogios pela excelente representatividade de pessoas com deficiência, que são ainda mais marginalizadas e invisibilizadas na sociedade. A série não apenas mostra a realidade e os desafios dessas pessoas, mas também celebra suas potencialidades e capacidades. A série também quebra estereótipos e preconceitos, mostrando que as pessoas PcD podem ser heróis, vilões, aliados, rivais, amigos, amantes, enfim, pessoas complexas e multifacetadas, como qualquer outra.

Em resumo, Eco é uma série que vale a pena assistir, tanto para os fãs da Marvel quanto para quem busca uma história original e envolvente. Apesar do final apressado para com o seu vilão, o que pode frustrar, a série é uma prova de que a Marvel Studios ainda tem muito a oferecer e a inovar, e que a diversidade e a inclusão são valores essenciais para a arte e para a sociedade. Mas precisa ter quem entende na caneta para trazer histórias importantes com o cuidado que merecem, e não histórias simplesmente comerciais e com lançamento apressado.

Caíque Apolinário
Caíque Apolináriohttp://bookstimebrasil.com.br
(elu/delu - ele/dele) Escritor de quatro livros de ficção cientifica e host de alguns podcasts do portal. Viciado em café, multi tarefas e o suporte de toda a equipe.

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