“Instinto Materno” emerge como uma obra de suspense psicológico que desafia as expectativas e prende o espectador em um turbilhão de emoções. A direção de Benoît Delhomme é meticulosa, mergulhando profundamente no gênero e explorando as complexidades da maternidade e da amizade.
As atuações de Jessica Chastain e Anne Hathaway são, sem dúvida, o ponto alto do filme. Parece que o filme foi feito para ter atrizes tão talentosas como elas para segurar o roteiro, pois as personagens, sem as camadas que elas trazem, são personagens bidimensionais, sem tanto aprofundamento. Elas entregam performances intensas e nuanciadas, que elevam o nível do suspense a cada cena. A dinâmica entre as personagens Alice e Céline é carregada de tensão e ambiguidade, mantendo o público em constante dúvida sobre suas verdadeiras intenções.
A fotografia do filme é notável, utilizando cores frias para complementar o tom sombrio da narrativa. O clima de luto e tristeza. Essa escolha estética contribui para a atmosfera de incerteza e desconfiança que permeia o filme, refletindo o estado emocional das protagonistas.
No entanto, o roteiro apresenta algumas falhas. O final deixa “pontas soltas” e algumas questões sem resposta, o que pode ser frustrante para alguns espectadores se retirarmos a emoção de sua conclusão. O final dos arcos dos personagens deixa um “gosto amargo”, sugerindo que nem todas as histórias têm finais felizes ou satisfatórios.
“Instinto Materno” é um filme que oferece uma experiência cinematográfica rica e provocativa, apesar de alguns aspectos do roteiro não serem totalmente resolvidos. As atuações brilhantes e a direção habilidosa fazem dele um filme digno de atenção para os fãs do gênero.