Em Deadpool & Wolverine, somos imersos em um universo onde a comédia e a ação se entrelaçam de maneira única e como já esperado. Mostra que o nicho de super-heróis ainda tem muitos temas a abordar, inclusive, a própria existência do mesmo.
Deadpool, o Mercenário Tagarela, é conhecido por sua língua afiada e seu humor ácido. Ele quebra a quarta parede, nos envolvendo diretamente em suas piadas. Por outro lado, Wolverine é o oposto: taciturno, atormentado e com muitos traumas para lidar. Sua luta interna entre humanidade e animalidade é um tema recorrente e recauchuta um personagem que parecia já ter dado o que deveria.
O legado da Fox é trabalhado aqui pois moldou o cenário dos filmes de heróis nas últimas décadas. Não teríamos Homem de Ferro (2008) ou Os Vingadores (2012) sem Blade (1999) ou X-Men: O Filme (2000), por exemplo. Deadpool & Wolverine presta homenagem a essa jornada, relembrando personagens e momentos icônicos. A transição para o universo Marvel é celebrada, mas também vem com autocrítica, nos fazendo pensar pra onde vão os projetos que são descartados ao longo do caminho. Referências sutis e conexões com outros heróis nos fazem sorrir e ter nostalgia.
O filme brinca com a ideia de realidades paralelas e viajamos por diferentes dimensões, encontrando versões alternativas de personagens familiares. Essa exploração do multiverso abre portas para infinitas possibilidades narrativas, deixando os fãs ansiosos por mais.
Embora Deadpool & Wolverine não tenha grandes implicações para o MCU, ele se destaca como uma história singular. O filme é uma celebração da individualidade desses anti-heróis. As cenas de ação são coreografadas com maestria, e o “non sense” é parte integrante da experiência. O desenvolvimento de uma nova redenção ao Wolverine traz esperança para quando for introduzido o universo mutante de vez no MCU.
Apesar do filme cumprir com o que promete, indo nada além do que isso, nos faz pensar em como os filmes mais celebrados desta fase da Marvel são os filmes com apelo a nostalgia como o caso deste e o de Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa ou até mesmo a conclusão de Guardiões da Galáxia Volume 3.
Apesar disso, vemos alguns personagens e histórias que podem ajudar a oxigenar e trazer algo diferente para este universo. Trabalhar com Deadpool brincando com suas produções e fazendo uma autocrítica ácida e talvez resgatando histórias “perdidas” e ao mesmo trabalhar a narrativa indo pro futuro com Shang Chi, Thunderbolts, Capitão América, pode ser uma boa alternativa. Já que ainda precisa trabalhar melhor o seu universo cósmico.
Em última análise, Deadpool & Wolverine é uma carta de amor aos fãs, uma ode à diversão desenfreada e à complexidade humana. É um lembrete de que, mesmo em meio ao caos, podemos encontrar risos e reflexões.
