Pois digo a vocês, camaradas, que está leitura é obrigatória. Para ser lida durante o tempo escolar para que seja desenvolvida o pensamento crítico através da belíssima parábola de George Orwell, trazendo porcos, cães, cavalos e etc, para o centro da política internacional.
Editora: Companhia Das Letras
Páginas: 152
Acabamento: Brochura
Preço: Entre R$ 18,00 à R$ 23,90
Sobre a trama:
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, ‘A Revolução dos Bichos’ é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.
De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos – expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História – mimetizam os que estavam em curso na União Soviética.
Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.
Na Granja do Solar, há tempos, a tirania humana sobre os animais faz com que uma Rebelião seja iminente. Depois de muito tempo fomentando tal movimento, finalmente após um relapso dos donos, o Animalismo é instaurado e o ideal de que todos os animais são iguais começa a tomar forma na nova Granja dos Bichos. Porém, logo as coisas começam a ficar ainda mais sérias e controversas até o seu fatídico final.
As reflexões que podemos tirar de tal obra crítica e inteligente são muitas: A figura do trabalhador fiel e de certa forma alienado (Sansão), do povo totalmente alienado (Ovelhas), a mídia com sua falácia (Garganta), e até aqueles com um olhar mais crítico porém sem força de mudança (Quitéria). E até mesmo sobre a religião em meio a sociedade (Corvo Moisés).
As críticas para os diferentes tipos de público que acompanham a política de forma alienada, ou sem força de vontade para a mudança é muito bem passado. Dando um tapa na cara de quem é assim, e incentivando a mudança desta realidade. A mídia aliada ao governo, retratada por Garganta, tentando deturpar inclusive a história tem um papel super importante para entendermos o seu funcionamento. E o governo tirano de Napoleão e a evolução dos porcos ao longo da narrativa tem o seu ápice no final chocante – apesar de esperado – e reflexivo.
Entretanto, as conclusões após uma bela reflexão sobre cada personagem podem ser diferentes dependendo da realidade próxima de cada leitor, porém, num país como o Brasil, a leitura de A Revolução dos Bichos passa a ser muito importante. Pois, uma conclusão é final e letal sobre esta obra é que temos que nos libertar de qualquer manipulação política – ou de imprensa – que pode ter em nossa mente e começar a ter pensamento próprio e analisar ao seu redor tudo de maneira crítica e consciente. Vamos refletir, camaradas.
