Um mundo vencido pelo totalitarismo cruel e rígido, que descontrói pensamentos, cega acólitos e persegue os rebeldes de ideologia e pensamento como se fossem os mais cruéis dos criminosos. Tal nível de influência do Partido de 1984 é tão diferente assim do que já vimos acontecer por aqui?
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 416
Ano de publicação original: 1949
Sinopse:
Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário.
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que “só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro”.
Nesta distopia de George Orwell, temos algo que ele escreveu em A Revolução dos Bichos em um nível bem mais extremo de críticas, imaginação e narrativa. Aqui, Winston se vê preso e praticamente amarrado ao poder absoluto do Partido, que governa Oceania com mãos de ferro onde tudo é feito coletivamente e, ao mesmo tempo, todos estão solitários e vazios sem nunca escapar da vigilância infalível do Grande Irmão, uma personificação de toda a ideologia cínica e cruel do sistema.
Mas finalmente algo acontece com Winston. Ele se vê questionando certas coisas naquele mundo e através de um ponto de virada, quando ele finalmente conhece melhor Júlia, nota que há muita coisa errada por aí. O sistema do Partido quer abolir o prazer, a alegria, a felicidade, pensamento, raciocínio, e faz isso com um sistema totalmente pragmático e frio, fazendo todas as necessidades acima por você, com substituições bem claras. Você irá pensar, se alegrar, se felicitar, raciocinar e ter prazer no Partido. Claro que, tudo isso não teria muita vida longa se não fosse a constante e violenta vigilância através de teletelas (misto de tv e rádio) e de uma suposta guerra internacional envolvendo outro estado.
Algumas coisas também são muito bem trazidas para o nosso cotidiano, se analisarmos, já que a atitude de “duplipensar” está sempre integrada ao nosso viver. Já que temos que pensar sobre coisas contraditórias o tempo todo. Como um Ministério de Defesa que se preocupa em atacar outros países, e por ai vai. E também, a alteração do passado em jornais e livros lembra muito bem o que a mídia gosta de fazer certas fases por aqui e daqueles certos políticos que falavam uma coisa em 2015 e se contradizem em 2016 sobre uma mesma medida, lei ou decreto.
1984 é um livro fundamental para cada pessoa que gosta de querer enxergar além do que o horizonte pode oferecer. Aqui, vemos situações onde encontramos paralelos em nosso cotidiano brasileiro ou no estrangeiro. Nos faz ficar alertas e atentos à qualquer investida que o governo pode querer fazer, sendo assim uma obra prima por si só. Escrito meses antes de sua morte, esta obra do autor George Orwell já foi usada para aludir ao comunismo da União Soviética, aos totalitarismos neonazistas e até mesmo para os Estados Unidos. Porém, ele fala sobre o meu viver. Sobre o seu viver.