Com as lindas paisagens do Rio de Janeiro, o seriado brasileiro Coisa Mais Linda está conquistando um merecido espaço no streaming da Netflix. Escrito por Leonardo Moreira, Luna Grimberg e Heather Roth, o drama é ambientado na década de 50, tendo como ponto central o feminismo e utilizando como plano de fundo a música, mais especificamente a ascensão da bossa nova.
Dirigida por Caíto Ortiz, Hugo Prata e Julia Rezende, a série traz histórias de quatro mulheres diferentes que lutam para viver da forma que escolheram.
A primeira personagem apresentada ao público é a paulista Maria Luíza (Maria Casadevall), apelidada de Malu. Filha de pais ricos, sendo mãe e esposa, Malu cria planos com seu marido, Pedro, de deixar São Paulo e abrir um restaurante no Rio, porém ocorre um pequeno contratempo. Seu esposo a abandona e leva todo o seu dinheiro, deixando-a sozinha em um quarto alugado e o local, caindo aos pedaços, que viria ser o seu restaurante. Desesperada, ela passa por um processo de descobrimento, onde Chico (Leandro Lima), um excêntrico cantor de bossa nova, cruza seu caminho.
Guiada por uma antiga e latente paixão pela música, a partir dessa reviravolta, nasce em Malu o desejo de abrir um clube de música ao vivo, o que traz para a história, sua parceira Adélia Araújo (Pathy Dejesus).
Mãe solteira, batalhadora, negra e moradora do morro, Adélia é obrigada a se limitar a poucos espaços sociais, o que é causado pelo forte racismo da época. Em seu cenário de vida, conhecemos a criação do morro, com toda a sua cultura e simplicidade, onde o personagem Chico busca inspiração para suas canções, junto ao samba.
Para fechar o grupo dessas incríveis mulheres, entra em cena a cunhada de Lígia, a excêntrica Thereza Soares (Mel Lisboa), a única jornalista mulher em uma revista voltada para o público feminino. Casada com Nelson Soares (Ícaro Silva), eles possuem uma vida e um relacionamento um pouco moderno demais para a época.
Voltada para o feminismo, a série tem sim o objetivo e a capacidade de instigar e fazer refletir pela luta e pelo espaço que as mulheres buscam.
Os homens estão mais do que convidados a serem espectadores, desde que estejam abertos a pontos de vista diferentes e a discussões inteligentes, sem ocupar o lugar de fala do público alvo, as mulheres.