O Rei do Show, a sociedade e nós

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Oi pessoas bonitas, como vão?

Espero que estejam bem e se cuidando nessa quarentena!

E, é isso aí! Eu estou de volta com os artigos comparando a cultura pop com nossa realidade. E, eu realmente estava com saudades de escrever essas reflexões pra vocês, então, me comprometo a seguir firme, okay?

Sem mais delongas, vamos lá!

Aviso: esse artigo pode conter spoilers sobre o filme!

Alguns dias atrás assisti O Rei do Show, um filme norte-americano do gênero drama-musical de 2017. A história se baseia na vida de P.T Barnum, um dos pais do circo moderno e sua trajetória empreendedora. E, por mais que o filme não seja uma autobiografia – o que, em minha opinião, não foi essa a intenção dos diretores e roteiristas – quero dizer que me surpreendeu e me encantou demais.

Quem me conhece sabe que eu gosto e muito de filmes musicais, primeiro porque tenho uma boa relação com a música desde criança e também tenho um pezinho nesse lado artístico (quase tudo que envolve humanas, vocês vão perceber que eu me encaixo e, sim, isso é muito engraçado, mas eu adoro).

Mas, não foi só isso que me fez adorar o filme, claro, as músicas são essenciais e pra falar a verdade não tem uma sequer que não seja boa. Na realidade, a história me pegou de jeito! E, é sobre as lições que o filme passa que quero falar e comparar com a gente aqui, fora das telas.

Barnum era filho de um alfaiate e desde criança tinha um aspecto sonhador. Criativo e curioso, acabava sempre ”saindo da linha” quando auxiliava o pai no trabalho. E então, em umas das casas em que trabalhavam , P.T acabou conhecendo Charity uma menina de família rica. E, claro, rapidamente os dois se apaixonam.

Por ser pobre, P.T ouve do pai de Charity para que se afaste dela. Claro, ele não pertencia ao mundo dela, não eram da mesma classe social e, de acordo com o patriarca, eles jamais poderiam ficar juntos. No entanto, os dois não aceitam isso como justo ou verdade e quando se tornam adultos, desafiando o que era normal, P.T busca Charity para que se casem e saiam em busca de seus sonhos juntos.

Depois disso, o tempo passa, a família deles cresce e duas garotas com a natureza sonhadora nascem. P.T se encontra num impasse quando é demitido do trabalho e as dificuldades financeiras aparecem. Ele reconhece que trabalhar com algo que ama e o inspira é um salto de fé e é necessário muita coragem. No entanto, com o apoio da família e a força do trabalho em grupo, P.T tem a ideia para um grande show com pessoas diferentes e peculiares. Os renegados pela sociedade.

Então, uma espécie de audição se inicia. Pessoas com todos os tipos de diferenças aparecem. Todas que não são vistas como suficientemente bonitas ou adequadas pela sociedade. E, assim, o grupo selecionado nos remete e muito ao que conhecemos sobre o circo: trapezistas, a mulher barbada, o homem da perna-de-pau e etc.

As diferenças assustam os espectadores, mas logo acabam se encantando e o show de P.T começa a crescer e a criar fama. E mesmo em meio a protestos e discursos de ódio contra toda a equipe, a coisa toda toma forma e chega até a alta sociedade através de Phillip Carlyle, um diretor de peças renomadas.

Ele e P.T se tornam parceiros e, assim, o show chega até a Rainha da Inglaterra. E nesse momento percebemos o quanto P.T deseja crescer e provar alguma coisa. Seu bolso cheio de dinheiro, o sucesso e o apoio da família já não é mais o suficiente. E quando ele percebe que pode conquistar até a alta sociedade com Jenny Lind, uma cantora de Ópera super padrão, P.T começa a deixar de lado a família, os amigos e o propósito de ter criado seu show. Logo ele se torna como a sociedade que o renegou quando era pobre.

E é aí que está a coisa!

É uma linha muito tênue conquistar o mundo e se perder. Esquecer de onde veio e se moldar aos padrões da sociedade é muito fácil quando estamos cegos pelo sucesso ou pela falsa aceitação. O personagem de P.T pode ser reconhecido quando nos olhamos no espelho.

E a pergunta é: até que ponto podemos chegar para ser aceitos pela sociedade e conquistar o que desejamos? Será que vale a pena negar quem você é por aceitação?

E enquanto isso acontece, Carlyle se vê também num impasse. Apaixonado por Anne, a trapezista do show, ele percebe que precisa deixar pra trás todo o preconceito e o que a sociedade dita como certo sobre um homem branco estar com uma mulher negra.

E mais uma vez voltamos para a mesma pergunta: Se ser aceito significa que você está tão preso ao ponto de repudiar alguém pela cor da pele, então, vale mesmo a pena ser aceito?

Veja bem, nada disso difere do que vivemos hoje. Não podemos fechar os olhos para as NOSSAS diferenças e nem pela dificuldade que enfrentamos por ser quem somos ou quem desejamos ser.

Essa, portanto, foi a mensagem que mais me tocou durante o filme inteiro porque, afinal, o que significa ser aceito? Seguir um padrão? Negar quem você ama pela fama? Fazer parte de um grupo que odeia quem é diferente e despreza quem não pensa como você?

resistência que a equipe do Circo de P.T Barnum representa me fez olhar pra mim e perceber que é um ato revolucionário me amar e aceitar minhas diferenças como a preciosidade de ser quem eu sou e, que se pra ser aceito pela sociedade eu preciso me esconder, negar a mim mesma, me considerar inferior ou incapaz de realizar meus sonhos então eu decido que:

Eu não quero ser aceita!

E espero que você decida o mesmo porque, caso não saiba, você é glorioso e é exatamente quem você nasceu pra ser e nada e nem ninguém pode te tirar isso!

Até o próximo artigo.

Allons-y! 🙂

Caíque Apolinário
Caíque Apolináriohttp://bookstimebrasil.com.br
(elu/delu - ele/dele) Escritor de quatro livros de ficção cientifica e host de alguns podcasts do portal. Viciado em café, multi tarefas e o suporte de toda a equipe.

Espalhe por aí!

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